Terra Fecunda

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TERRA FECUNDA

 

No final de 2022 a humanidade atingiu a marca de oito bilhões de pessoas no mundo. Esse fato gerou diversas reflexões sobre a manutenção da vida no planeta: Como acabar com a pobreza e a fome? Como alimentar tanta gente de forma digna e igualitária? Como garantir a soberania alimentar dos países? Como estabelecer a justiça social diante da desigualdade? Como garantir uma vida sã, alimentação saudável e bem-estar a todos os habitantes do globo? Como promover um tipo de desenvolvimento agrícola que respeite o ecossistema e todas as formas de vida? Diante de tantos desafios que se apresentam no século XXI, seria impossível não questionar qual a real capacidade planetária de manter e nutrir a população mundial diante da expansão de sistemas econômicos que não favorecem a saúde e o bem-estar de seus cidadãos, e que não respeitam a biodiversidade. As florestas, os animais, os rios e oceanos e os mais variados ecossistemas do globo dependem, cada vez mais, de uma interação consciente da humanidade para sua sobrevivência.

Dessa forma, é importante entender que os debates sobre pobreza, saúde, agricultura e nutrição devem ser observados sob um ponto de vista múltiplo – seja ele filosófico, político, econômico, cultural, histórico, geográfico, entre outros -, uma vez que geram profundos impactos sociais, econômicos, ambientais e na própria forma de conduzir a vida no globo. Assim, para assegurar a continuidade da existência das diferentes formas de vida e enfrentar as crises civilizacionais e socioambientais (identificadas na pandemia de COVID-19, altas taxas de mortalidade materna e infantil em países em desenvolvimento, aquecimento global, poluição por plásticos resíduos nos mares, etc.) é preciso promover um tipo de conhecimento que coloque em primeiro lugar o bem-estar das pessoas, dos animais, das florestas, das águas, ou seja, do próprio planeta. Além disso, é fundamental estimular estudos sobre novas formas de organização produtiva e sistemas alternativos de produção capazes de oferecer soluções aos problemas de deterioração ecológica, econômica, sanitária e social que afetam o mundo contemporâneo.

 

Temas da coleção

A coleção Terra Fecunda, baseada nos três primeiros objetivos do Desenvolvimento Sustentável propostos pelas Nações Unidas, busca reunir trabalhos que perpassam temas relevantes sobre: ​​o fim da pobreza em todas as suas formas; combate e fim da fome; segurança alimentar; melhoria da nutrição; promoção da agricultura sustentável; fomento à saúde e ao bem-estar para todos. A ideia é publicar ensaios, estudos críticos e analíticos, monografias e outros aportes teóricos, metodológicos, reflexões e experiências que contribuam para o debate e a busca de soluções para os grandes temas e subtemas que a seguir se apresentam:

 

Agricultura
  • Terra, água, animais e florestas
  • Agricultura e meio ambiente: práticas e projetos agrícolas sustentáveis
  • Agroecologia, agrobiodiversidade, agricultura natural e etnobotânica
  • Agricultura familiar, pequenos produtores e produção de alimentos
  • Estado, políticas agrárias e desenvolvimento econômico
  • Sistemas econômicos e economia agrária
  • Dinâmica de produção, abastecimento e consumo
  • A terra e o mundo do trabalho: sociologia rural, conflitos agrários e realidade camponesa
  • Reforma agrária, lei, regulamentação e regularização fundiária
  • Cooperativismo, associativismo, governança comunitária e desenvolvimento rural
  • Agricultura tradicional versus agricultura técnica
  • Diversidade produtiva versus hegemonia produtiva
  • Mudança biológica e inovação tecnológica no campo
  • Circuitos agrícolas: fluxos de conhecimento, tecnologia e capital genético
  • Gênero, raça e produção agrícola
Alimentação
  • Estado e soberania alimentar
  • Segurança alimentar e abastecimento
  • Segurança alimentar e meio ambiente
  • Alimentação, comida e patrimônios alimentares
  • Mudanças nas dietas alimentares
  • Fome, desnutrição e subalimentação
  • Produção agrícola, inovação produtiva e dietas alimentares
  • Desenvolvimento sustentável e sistemas agroalimentares
  • Alimentação saudável versus “porcaria/ besteiras” junk food
  • Feiras populares de alimentos versus mercado de alimentos com perfil hegemônico
  • Gênero, raça e acesso a alimentos
Pobreza
  • Dinâmica da pobreza, fome e melhorias na nutrição
  • Indústria de alimentos, desigualdade social e consumo de alimentos
  • Políticas estatais de segurança alimentar, combate à pobreza e à fome
  • Sistemas de proteção social, serviços essenciais e combate à vulnerabilidade
  • Desastres naturais, crise de saúde e aumento da pobreza
  • Dinâmica de sobrevivência: acesso à saúde, educação, água, saneamento e alimentos
  • Pobreza rural e pobreza urbana
  • Direitos humanos e lcombate à pobreza
  • Mecanismos de erradicação da pobreza: tecnologia, sistemas alternativos de produção, economia solidária, microfinanciamento, acesso à terra, etc.
  • Cooperação para o desenvolvimento e combate à pobreza
  • Gênero, raça e pobreza

Saúde

  • Saúde e nutrição
  • Saúde e bem-estar em todas as suas formas: emocional, físico, mental, sexual, reprodutivo, etc.
  • Estado, gestão de saúde e emergências de saúde
  • Pobreza e acesso à saúde: saneamento, higiene, pessoal médico, medicamentos, etc.
  • Saúde pública e saúde privada
  • Saúde e mundo do trabalho: profissionais de saúde, pesquisadores científicos, gestores de saúde, cuidadores (crianças, idosos, deficientes mentais, etc.)
  • Epidemias, pandemias e endemias e gestão de riscos
  • Dinâmicas de prevenção e tratamento de saúde
  • Desenvolvimento científico, tecnologia e mudança na saúde
  • Saúde local, nacional, regional e global
  • Sexo, idade, raça e saúde

 

Áreas Disciplinares:

A coleção Terra Fecunda publica trabalhos das mais diversas ciências, com base em uma abordagem trans, multi e interdisciplinar, independentemente de cronologia, linguagem ou espaço geográfico. Serão aceitos estudos agronômicos, agroecológicos, alimentícios, antropológicos, arqueológicos, artísticos (artes visuais e literatura), biológicos, botânicos, ecológicos, etnobotânicos, geográficos, históricos, médicos, ambientais, nutricionais, sociológicos, veterinários, ciências naturais, ou, ainda, perspectivas comparativas no tempo, geografia e/ou campos disciplinares, entre outros, que sejam novas, originais e que contribuam para o debate sobre os temas e subtemas referidos no tópico anterior. Também serão aceitos trabalhos fotográficos e ilustrados que possam ser publicados em formato de livro digital e que estimulem novas discussões sobre os temas propostos pela coleção.

 

Diretora da coleção: Carolina da Cunha Rocha

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Carolina da Cunha Rocha é uma historiadora luso-brasileira que se dedicou ao estudo das ciências humanas e sociais. É doutora em História por El Colegio de México (México), com o tema "Cultivando o Estado, semeando o progresso: o Ministério da Agricultura e a formação da tecnocracia agrária do Brasil (1930-1955)". É professora de História das Ideias, pela Universidade de Brasília (Brasil), e bacharel em História e Direito. Trabalhou como professora e pesquisadora em diferentes instituições governamentais brasileiras, incluindo o Arquivo Nacional do Brasil e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, bem como em diferentes projetos internacionais na Europa, México e América do Sul. Foi coordenadora dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - Prêmio ODM entre 2010-2013, quando pôde viajar aos mais diversos cantos do interior do Brasil para conhecer projetos exitosos de combate à extrema pobreza e à fome no país. Atualmente é editora científica da Revista do Serviço Público, uma das mais antigas e prestigiadas revistas científicas do Brasil. Escreveu diversos artigos científicos em importantes revistas nacionais e estrangeiras, além de ter participado de diversos livros que tratam dos debates sobre alimentação e agricultura. Seu principal tema de interesse está focado no processo de formação de uma burocracia tecnocientífica com papel ativo na implementação e elaboração de políticas públicas estaduais voltadas para a gestão do setor rural, bem como dos recursos humanos, naturais e ambientais para uso público, fins do século XIX e primeira metade do século XX, sob uma perspectiva multidisciplinar que envolve diferentes áreas do conhecimento (como História Agrária, Ambiental, Social e das Ciências, Ciência Política e Relações Exteriores).

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